Biotecnologia

  • Apresentação em Painel

Análise fitoquímica de calos de Pyrostegia venusta a partir de caule e folha

Tárik Reis Heluy, Mônica Rosa Bertão, Milena Cristina Moraes, Tiago Fidemann. Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus de Assis, SP. Engenharia Biotecnológica, tarikr.heluy@gmail.com, ISB.

Introdução: Pyrostegia venusta (Ker Gawl) Miers - Cipó de São João é uma planta do Cerrado brasileiro utilizada pela medicina tradicional no tratamento de diversas doenças, por conter metabólitos secundários de interesse como ácido oleanólico, que apresenta propriedades anti-inflamatória, anti-oxidante, anti-microbriana, dentre outras. Uma das maneiras de potencializar a produção de metabólitos é através da cultura e suspensão de calos, que permite técnicas de escalonamento, refino e elicitação. Materiais e Métodos: Explantes foliares e caulinares passaram por dois tratamentos diferentes para desinfecção, um utilizando Amoxilina/ Cetoconazol (0,5g/L/0,4g/L) e outro usando própolis (6g/L) em quatro tempos 2, 4, 6 e 8h. Após um mês de crescimento com um repique de 15 dias, os calos foram pesados, congelados em freezer a -22°C e posteriormente liofilizados. Após a liofilização, calos foram congelados com nitrogênio líquido e macerados até formar um pó fino. Vinte miligramas desse pó foram adicionados para 4 ml de álcool 70%, esse extrato teve sua quantidade de fenóis totais determinada pelo método de Folin-Ciocalteu, e a quantidade de flavonoides determinada pelo método espectrofotométrico. Resultados: A concentração de fenóis totais encontrada nos calos provenientes de folhas foi de 18,42 mg/ g, enquanto nos calos originados de caules foi de 11,98 mg/g para o tratamento com Amoxilina e 9,37 mg/g para o de própolis. Quanto a concentração de flavonoides, a concentração nos calos de explantes foliares foi de 110mg/g e nos calos de explantes caulinares 94mg/ g e 53 mg/g nos tratamentos com Amoxilina e própolis, respectivamente. Conclusões: As maiores concentrações de fenóis e flavonoides foram encontradas nos explantes foliares em comparação aos caulinares, em relação aos tratamentos para desinfecção, os explantes tratados com Amoxilina apresentaram concentrações maiores de flavonoides e fenóis totais em relação aos tratados com própolis.

Atuação de Rhizopus oligosporus e Aspergillus niger para biossíntese de amilase por fermentação em estado sólido

Dafne Angela Camargo, Edson Marcelino Alves, Mateus Manabu Abe, Joyce Faria Souza, Beatriz Catto Rezende, Bruna Escaramboni, Pedro de Oliva Neto (Instituto de Pesquisa em Bioenergia - IPBEN, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Assis, SP, Brasil - dafne.camargo@hotmail.com)

O crescimento da utilização de microbiota fúngica em bioprocessos ocorre pela sua capacidade de secretar uma ampla gama de enzimas, como o caso da amilase, fortemente empregada nas indústrias têxteis, alimentícias e químicas. O objetivo deste estudo foi comparar a produção de amilase por Rhizopus oligosporus e Aspergillus niger em fermentação em estado sólido (FES), de modo a analisar a bioprospecção de micro-organismos em aplicações biotecnológicas. O presente estudo utilizou como substratos farelo de trigo e bagaço de cana na proporção 9:1 totalizando 10 g de massa seca, os quais foram realizados em quadruplicadas, umidificados separadamente com água ou com uma solução de nutrientes contendo sulfato de amônio, fosfato de potássio monobásico e ureia até atingir 55% (m/m) de umidade. A FES manteve-se por 120 h a 30 ºC, e após este período iniciou-se o processo de extração enzimática com a adição de 10 mL de água destilada para 1 g de substrato seco, seguido de agitação mecânica em shaker a 180 rpm, 28 °C por 30 min e filtração simples. Para a reação amilolítica, uma solução 0,5% (m/v) de amido solúvel, em tampão acetato de sódio 0,05 M (pH 5,5), foi gelatinizada e utilizada como substrato. O açúcar redutor liberado foi quantificado pelo método do ácido 3,5-dinitrossalicílico (DNS). Uma unidade enzimática (1 U) foi definida como a quantidade de enzima necessária para liberar 1 μmol de glicose por minuto de reação e expressa em U/g de substrato da FES. Para o R. oligosporus nos meios sem adição de sais, a atividade foi de 282,70 ± 15,87 U/g, e 485,29± 8,71 U/g para os meios com a adição dos sais. No caso da atividade do A. niger, os meios sem os nutrientes apresentaram 216,43 ± 16,77 U/g e com nutrientes, 492,35 ± 48,96 U/g. Conclui-se que para ambos os fungos, a presença da solução de sais influenciou positivamente (p<0,05) na síntese de enzimas amilolítica, uma vez que os resultados duplicaram em relação aos meios sem os nutrientes, confirmando a premissa na Literatura de que a ureia e o sulfato de amônio são nutrientes importantes para o enriquecimento do meio.

Bioprospecção de extratos vegetais e análise de atividade antimicrobiana

Thainá de Lima Oliveira Santana, Gabriel Silva Guimarães, Jéssica Akemi Akamine, Fabiane Fernanda de Barros Correa, Pedro de Oliva Neto. Universidade Estadual Paulista, Assis, Engenharia Biotecnológica, thainaloliveira@hotmail.com

Com mais de 55 mil espécies de plantas ou 22% do total mundial, é possível encontrar no Brasil uma grande variedade de plantas com os mais diversos compostos e aplicações, como fins medicinais, antisséptico, combatente de úlceras de estômago e preventivo da osteoporose e diabetes. Além disso, é importante ressaltar o interesse pela atividade antimicrobiana que algumas plantas podem apresentar. O presente estudo visou averiguar a ação antimicrobiana das espécies vegetais: Ananas comosus, Aloe arborescens, Bidens pilosa, Plectranthus barbatus, Solanum americanum e Agave sp. no controle de Saccharomyces cerevisiae [M-26] e Lactobacillus fermentum. Os meios de cultivo utilizados foram: meio formulado para levedura composto de sacarose 2%, extrato de levedura 0,5%, (NH4)2SO4 0,10%, K2HPO4.3H2O 0,1140%, MgSO4.7H2O 0,024%, MnS04.H2O 0012%, ZnSO4.7H2O 0,0028% e MRS para bactéria composto de extrato de carne 1%, extrato de levedura 0,5%, protease peptona 1%, glicose 2%, K2HPO4 0,2%, Na3C6H5O7 0,2%, C2H3NaO2.3H20 0,83%, MgSO4.7H20 0,2047%, MnS04.H20 0,005%, que posteriormente foram adicionados em condições estéreis a 10.000 ppm dos extratos vegetais, os quais passaram por prévia infusão a 80 °C por 20 minutos em banho-maria. Após 48 horas de incubação em estufa a 30 e 37 °C, respectivamente, o crescimento microbiano foi avaliado como positivo ou negativo através da turbidez a olho nu e leitura em espectrofotômetro a 600 nm. As espécies Agave sp. demonstraram apenas ação inibitória em Saccharomyces cerevisiae [M-26], enquanto as demais não possuíram ação antimicrobiana nesta concentração.

CRIAÇÃO DE VESÍCULAS GIGANTES LIPÍDICAS ATRAVÉS DO MÉTODO GEL

Matheus Chagas Bergamasco, Pedro Henrique Benites Aoki, Maria Julia Bistaffa, Douglas Yukio Sebastiani. UNESP - Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus de Assis, Engenharia Biotecnológica, mcbergamasco@hotmail.com

Vesículas unilamelares gigantes (GUVs) são estruturas lipídicas automontadas e demostram ser um dos melhores modelos primários de células em termos de tamanho, composição de membrana e capacidade de encapsular moléculas biologicamente relevantes. Há décadas, muitos métodos de fabricação, tais como a hidratação e sonicação, têm sido desenvolvidos para formar vesículas lipídicas. O mecanismo para a produção de vesículas gigantes muitas vezes envolve hidratação de filmes lipídicos em meio aquoso. No entanto, tais métodos geralmente envolvem processos espontâneos e não são prontamente controláveis. A eletroformação sob campo elétrico DC ou AC surgiu para oferecer uma metodologia mais versátil e controlável para a formação das vesículas gigantes. Porém, considerando soluções de elevada força iônica, a forte interação com o campo elétrico dificulta o crescimento de GUVs. Horger et al. reportaram um novo método para o crescimento de GUVs que não requer a presença de um campo elétrico e aplicável a soluções com força iônica compatível com o meio fisiológico. O método é baseado na fabricação de filmes híbridos de lipídios depositados na superfície de um gel polimérico. A hidratação do filme híbrido (gel + lipídios) resulta em inchaço do gel polimérico, provocando uma rápida formação de GUVs com elevado rendimento. Neste trabalho foram investigadas, por microscopias ópticas de contraste de fase e fluorescência, as condições experimentais necessárias para a fabricação de GUVs de diferentes classes de fosfolipídios crescidas em soluções com diferentes forças iônicas pelo método de gel polimérico. Para tal finalidade, uma solução estoque do polímero álcool polivinílico (PVA) com concentração de 0,05 mg/mL foi preparada e espalhada sobre uma lâmina de vidro. A lâmina foi então levada a uma estufa para secagem da solução (50 o C) e formação do gel polimérico. A solução do fosfolipídio 1,2-dioleoil- sn-glicero- 3-fosfocolina (DOPC) foi preparada em clorofórmio, com concentração de 1 mg/mL. Em seguida, a solução foi espalhada sobre a superfície do gel polimérico e seca sob vácuo por 20 minutos. Finalmente, um espaçador de silicone foi selado sobre a lâmina para a adição das soluções que iniciaram o processo de hidratação e crescimento das GUVs. Através da metodologia aplicada, conclui-se então que a formação assistida de GUVs via método gel permite um crescimento fácil e rápido de vesículas, com elevado rendimento e sem a necessidade de equipamentos especiais.

Geoprocessamento como ferramenta para caracterização, uso e ocupação das microbacias da cidade de Assis.

Ana Carolina Jacob Rodrigues, Ramon Juliano Rodrigues, Cledir Mendes Soares, Maria Julia Gabrigna Rosa. Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, campus Assis, Ciências Biológicas. carolinajacob.ana@gmail.com

A execução de estudos de avaliação e monitoramento sobre o desmatamento de vegetações identificados através de diferentes períodos de tempo, permitiram o conhecimento e o controle da dinâmica das alterações constatadas nas áreas com remanescentes de vegetação natural e também do reflorestamento. Tais conhecimentos utilizam-se da comparação de levantamentos e quantificações efetuados em diferentes épocas. Nesse trabalho, a base de dados utilizadas para o estudo são exclusivamente imagens aéreas georreferenciadas obtidas do Google Earth (2016) e submetidas a um escalonamento, baseadas em escala obtida por GPS e amarradas a Cartas Cartográficas na escala 1:50.000 do local. Neste trabalho foi feito a delimitação geográfica espacial das 10 microbacias existentes na cidade de Assis-SP e posterior geração de memorial descritivo georreferenciado do perímetro de cada uma delas, com as fotos aéreas foi criado um mosaico aéreo fotográfico do ano de 2016 para digitalização das áreas de culturas, matas, áreas de preservação permanente, rios, nascentes entre outros. Com uso exclusivo das cartas cartográficas locais foi feita uma modelagem de superfície de cada microbacia para geração de classes de desnível. Como resultados encontrados, cita-se que mais de 70% da área está sendo utilizada com culturas anuais e semi-perenes, 18,21% da mesma região está consolidada com matas, áreas de preservação permanente e florestas e como caracterização da mesma cita-se que mais de 91% desta área pode ser classificada como plana, por ter topografia inferior a 6% de declive.

Produção de protease por fungos dos gêneros Rhizopus e Aspergillus a partir de resíduos agroindustriais

Joyce Faria de Souza, Dafne Angela Camargo, Matheus Manabu Abe, Bruna Escaramboni, Bárbara Castelli Garnica, Edson Marcelino Alves, Pedro de Oliva Neto (Instituto de Pesquisa em Bioenergia - IPBEN, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Assis, SP, Brasil. - fariajoyce60@gmail.com)

O potencial econômico e a capacidade de produção em larga escala é uma das vantagens do uso de micro-organismos, sendo a Fermentação em Estado Sólido (FES) uma opção promissora e eficiente quando voltado para fungos filamentosos. O objetivo do presente trabalho foi comparar a produção de protease pelos fungos Rhizopus oligosporus, Rhizopus oryzae e Aspergillus niger em FES. Os substratos utilizados foram farelo de trigo e bagaço de cana na proporção 9:1 sendo umidificados com água destilada até atingir 55% de umidade (m/m). Os ensaios foram realizados em quadruplicata. A extração enzimática, que ocorreu após 120 horas de fermentação a 30 ºC, se deu pela adição de 100 mL de água destilada, fragmentação e agitação em shaker a 180 rpm a 28 °C por 30 min, seguido de filtração para obtenção do extrato enzimático. A atividade proteolítica foi determinada pela técnica de azocaseína. A mistura de reação foi preparada com 1% (m/v) de azocaseína em tampão acetato 0,05 M (pH 5,5) como substrato. A reação enzimática foi climatizada para 50 °C. Uma unidade proteolítica (U) foi definida como o aumento de 0,01 na absorbância à 440 nm por minuto da reação teste, comparado com o controle da reação e expressa em U/g de substrato da FES. Após a realização dos métodos para determinação da atividade proteolítica e de acordo com análises estatísticas foi possível observar que a secreção de protease pelos três fungos foi significativamente diferente. O fungo Rhizopus oligosporus apresentou uma atividade proteolítica de 288.08 U/g ± 9,13 U/g, Rhizopus oryzae 78,08 U/g ± 10,62 U/g e Aspergillus niger 23,11 U/g ± 7,55 U/g. Verificou se que a atividade proteolítica do extrato enzimático de R. oligosporus foi 3,7 vezes superior ao R. oryzae e 12,5 vezes superior ao A. niger, portanto os fungos do gênero Rhizopus apresentam maior capacidade de produção de protease do que o fungo testado do gênero Aspergillus. Dessa forma, conclui-se que o fungo mais eficiente para a obtenção de protease nas condições testadas foi o Rhizopus oligosporus, apresentando assim um potencial para aplicações biotecnológicas.

Produção de protease por Rhizopus oligosporus em diferentes meios de fermentação em estado sólido

Mateus Manabu Abe, Dafne Angela Camargo, Joyce Faria Souza, Bárbara Castelli Garnica, Edson Marcelino Alves, Bruna Escaramboni, Pedro de Oliva Neto (Instituto de Pesquisa em Bioenergia - IPBEN, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Assis, SP, Brasil - mateusabe40@gmail.com)

O objetivo desse trabalho foi avaliar a produção de enzimas proteolíticas pelo fungo Rhizopus oligosporus, em Fermentação em estado Sólido (FES), a partir de resíduos orgânicos. Foram analisados 4 diferentes meios de fermentação, em quadruplicata. Os meios foram compostos por: (I) sobras alimentares do Restaurante Universitário da UNESP-Assis e bagaço de cana na proporção 9:1, (II) farelo de trigo e bagaço de canana proporção 9:1. Os meios III e IV apresentavam a mesma composição que os meios I e II respectivamente, entretanto foi adicionado uma solução de sais. Todos os meios foram umidificados com água destilada ou suplementados com uma solução de sais para 55% de umidade. A adição da solução de nutrientes (ureia, sulfato de amônio e fosfato de potássio monobásico) foi feita para avaliar os seus efeitos sobre a síntese de protease. Na inoculação, foram adicionados 1x10 7 esporos do fungo em 10 g de meio. A fermentação prosseguiu em estufa a 30 ºC por 120 h. Logo após, realizou-se a extração enzimática com 100 mL de água destilada e agitação em shaker por 30 minutos a 180 rpm e 30 ºC, seguida de filtração simples para obtenção do extrato enzimático. A atividade proteolítica foi determinada pela técnica da azocaseína. Foi utilizado solução de azocaseína1% (m/v) em tampão acetato 0,05M (pH 5,5) como substrato e a reação enzimática ocorreu a 50 ºC. Uma unidade proteolítica (U) foi definida como o aumento de 0,01 na absorbância à 440 nm por minuto da reação teste, comparado com o controle da reação e expressa em U/g de substrato. A partir do teste ANOVA, observou-se que o meio II apresentou a maior atividade proteolítica (288,08 ± 9,13 U/g) dentre as quatros composições de meio (p&lt;0,05). A suplementação com saisapresentou aumento significativo da atividade enzimática quando comparados os meios I (166,50 ± 14,67) e III (207,00 ± 23,59). Por outro lado, quando comparados os meios compostos por farelo de trigo (II e IV), a suplementação com sais não resultou em um aumento da atividade proteolítica. Conclui-se que a adição de sais aumenta a produção enzimática quando o substrato é composto por sobras alimentares. Em adição, quando o meio é composto por farelo de trigo, não há a necessidade de suplementação com sais, o que contribui para diminuir os custos e viabilidade do processo fermentativo.

Síntese de protease fúngica a partir de resíduos alimentares

Bárbara Castelli Garnica, Mateus Manabu Abe, Dafne Angela Camargo, Joyce Faria de Souza, Edson Marcelino Alves, Bruna Escaramboni, Pedro de Oliva Neto (Instituto de Pesquisa em Bioenergia - IPBEN, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Assis, SP, Brasil - barbaracastelligarnica@hotmail.com)

A produção de enzimas proteolíticas desperta grande interesse na área comercial uma vez que equivalem a 60% do total das enzimas produzidas mundialmente, por proporcionar uma vasta gama de aplicações no ramo de indústrias alimentícias, biotecnológicas, de detergente, etc. A obtenção de enzimas a partir de micro-organismos é economicamente viável, visto que garante uma produção em larga escala, por serem facilmente manipulados. Tendo em vista a importância das enzimas microbianas e almejando a reutilização de resíduos sólidos, que a princípio seriam descartados, o presente trabalho teve como objetivo verificar a produção de protease por Rhizopus oligosporus, utilizando resíduos alimentares como substrato em fermentação em estado sólido (FES). Os substratos foram resíduos de alimentos do Restaurante Universitário da UNESP-Assis, secos e triturados. Os meios foram umidificados com água ou com uma solução de nutrientes, contendo sulfato de amônio, fosfato de potássio monobásico e ureia, até atingir 55% (m/m) de umidade e em seguida autoclavados. Foram inoculados 1x10 6 esporos de Rhizopus oligosporus por grama de substrato seco. Os meios de fermentação foram incubados em estufa a 30 ºC por 120 horas. Para extração da enzima adicionou-se 10 mL de água destilada por grama de substrato, seguida de maceração, agitação em shaker a 180 rpm por 30 minutos e filtração. A atividade proteolítica foi determinada pela técnica da azocaseína. A mistura de reação foi preparada com 1% (m/v) de azocaseína em tampão acetato 0,05 M (pH 5,5) como substrato. A reação enzimática foi climatizada para 50 °C. Uma unidade proteolítica (U) foi definida como o aumento de 0,01 na absorbância à 440 nm por minuto da reação teste, comparado com o controle da reação e expressa em U/g de substrato seco da fermentação em estado sólido. Por meio do teste Kruskal Wallis foi verificado que no meio de FES contendo somente os resíduos alimentares, a média da atividade proteolítica resultou em 156,22 ± 32,78 U/g e pH final 5,29 ± 0,37, enquanto que o meio FES contendo resíduos alimentares e adição de sais, apresentou uma média de 213,83 ± 22,35 U/g e pH final 6,13 ± 0,34. Portanto, observou-se uma alta produção de proteases partindo apenas da utilização do fungo e resíduo alimentar. Porém, essa produção demonstrou-se muito mais eficaz no segundo grupo, com a adição de sais ao meio FES. Deste modo, os resíduos alimentares apresentaram potencial para serem reutilizados como substrato eficaz para obtenção de proteases a partir de Rhizopus oligosporus por fermentação em estado sólido.

Utilização do exopolissacarídeo de Lasiodiplodia theobramae comoprebiótico para Lactobacillus sp.

Ana Caroline Brambilla Falvella, Valéria Marta Gomes do Nascimento. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Assis, ciências biológicas, acfalvella@gmail.com.

Atualmente os alimentos funcionais são muito discutidos na comunidade científica pois, apresentam uma eficácia na saúde e na nutrição básica, os que mais se destacam são os probióticos, os quais podem apresentar sua ação melhorada com a utilização de prebióticos. Diante disso o trabalho tem como objetivo verificar a viabilidade do exopolissacarídeo do fungo Lasiodiplodia theobramae como prebiótico para a bactéria Lactobacillus sp. e comparar a ação do mesmo com os prebióticos já conhecidos (inulina e glicose). Após inocular a bactéria em meio de MRS, foram realizados testes de ação prebióticas com a inulina, glicose e o exopolissacarídeo (EPS) extraído do fungo Lasiodiplodia theobromae. Para comparar a ação desses prebióticos os microrganismos foram inoculados em meio MRS líquido e adicionado 0,5g ou 0,1g (com concentração de 1% m/v) de glicose, EPS ou inulina, em triplicata. A contagem de colônias foi realizada pelo método de pour-plate, com a finalidade de quantificar o crescimento da bactéria. A técnica de DNS será realizada para quantificar o açúcar redutor. A partir desses métodos foi observado que o crescimento do Lactobacillus sp. é maior quando inoculado em meio MRS junto a 0,5g de EPS ou glicose, a quantificação do crescimento é melhor visualizada em diluições e Ao adicionar 0,1g de EPS ou glicose não é possível quantificar o crescimento bacteriano na placa de petri, por esse motivo será testado a adição de 0,25g de EPS, glicose ou inulina junto ao meio MRS. Como o projeto está em andamento espera-se verificar a eficiências do EPS como prebiótico para o Lactobacillus sp.

  • Apresentação Oral

Síntese de amilase e xilanase por Rhizopus oligosporus em diferentes meios de fermentação em estado sólido com resíduos orgânicos

Dafne Angela Camargo, Joyce Faria Souza, Mateus Manabu Abe, Tania Sila Campioni, Bárbara Castelli Garnica, Bruna Escaramboni, Pedro de Oliva Neto (Instituto de Pesquisa em Bioenergia - IPBEN, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Assis, SP, Brasil - dafne.camargo@hotmail.com)

Os fungos são organismos heterotróficos que possuem a capacidade de crescer em variados substratos orgânicos. O fungo filamentoso Rhizopus oligosporus foi utilizado nesta pesquisa como agente produtor de 2 grupos de enzimas amplamente utilizadas na indústria, a amilase e xilanase. O objetivo deste estudo foi comparar a produção de ambas as enzimas por Rhizopus oligosporus utilizando diferentes meios de Fermentação em Estado Sólido (FES). Os substratos utilizados na FES foram resíduos alimentares (RU) do Restaurante Universitário da UNESP-Assis secos e triturados, os quais foram testados separadamente e combinados com bagaço de cana de açúcar (BC) na proporção 9:1 totalizando 10 g de massa seca. Os meios foram umidificados separadamente com água e com uma solução de sais até atingir 55% de umidade (m/m). As fermentações ocorreram em quadruplicada a 30 ºC por 120 h. Para a extração enzimática, adicionou-se 100mL de água destilada seguida de agitação a 180 rpm, 28 °C por 30 min. A atividade amilolítica de cada extrato foi determinada a partir de uma solução 0,5% (m/v) de amido solúvel em tampão acetato de sódio 0,05 M (pH 5,5), gelatinizada e utilizada como substrato. Para quantificação da atividade xilanolítica, uma solução 0,5% (m/v) de xilana de beechwood em tampão acetato de sódio 0,05 M (pH 5,0), foi utilizada como substrato. O açúcar redutor liberado foi quantificado pelo método do ácido 3,5-dinitrossalicílico (DNS). Uma unidade de atividade enzimática (1 U) foi definida como a quantidade de enzima necessária para liberar 1 μmol de glicose ou xilose, por minuto de reação e expressa em U/g de substrato. A atividade xilanolítica apresentou resultados estatisticamente semelhantes (p&gt;0,05) nos diferentes substratos variando de 31,65 ± 4,38U/g a 38,54 ±1,69. A atividade amilolítica apresentou valores significativamente semelhantes entre RU 62,88 ± 8,12 U/g, RU com sais 77,26 ± 12,51 U/g e RU com BC 76,14 ± 6,17 U/g. Entretanto, a formulação de meio FES contendo RU, BC e sais resultou em uma produção de amilase significativamente superior a todos os demais grupos, com atividade amilolítica de 150,98 ± 29,40 U/g (p&lt;0,05). Conclui-se que a combinação dos nutrientes no substrato e a aeração do mesmo promovida pelo BC propiciou um ambiente ideal para otimizar a secreção de amilase por R. oligosporus. Todavia, no caso da xilanase, essas adequações nos diferentes meios não promoveram alterações da produção enzimática.

Produção de xilanase por Aspergillus niger, Rhizopus oligosporus e Rhizopus oryzae a partir de resíduos agroindustriais em fermentação sólida

Joyce Faria de Souza, Dafne Angela Camargo, Matheus Manabu Abe, Tania Sila Campioni, Edson Marcelino Alves, Bruna Escaramboni, Pedro de Oliva Neto. (Instituto de Pesquisa em Bioenergia - IPBEN, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Assis, SP, Brasil - fariajoyce60@gmail.com)

A xilanase é uma enzima de grande interesse biotecnológico devido ao seu potencial comercial principalmente nos setores alimentício, têxtil e de papel. As condições operacionais para a fermentação podem ser otimizadas visando uma máxima produção dessa enzima. A Fermentação em Estado Sólido (FES), apresenta-se como uma opção promissora e eficiente ao se tratar de fungos filamentosos a fim de aumentar o rendimento econômico e a capacidade de produção em larga escala. O objetivo deste trabalho foi comparar a produção de enzimas xilanolíticas por FES empregando os fungos Rhizopus oligosporus, Rhizopus oryzae e Aspergillus niger como agente biológico. Com o intuito de minimizar o custo na produção, foram utilizados como substrato os resíduos de farelo de trigo e bagaço de cana na proporção 9:1, umidificados com água ou com uma solução de nutrientes contendo sulfato de amônio, fosfato de potássio monobásico e ureia até atingir 55% de umidade (m/m). A fermentação ocorreu em 120 h a 30 °C. A extração enzimática se deu pela adição de 100 mL de água destilada, fragmentação e agitação em shaker a 180 rpm, 28 °C em 30 min seguido de filtração dos substratos para obtenção do extrato enzimático. A atividade xilanolítica foi realizada em quadruplicata, sendo quantificada através de uma solução 0.5% (m/v) de xilana, em tampão acetato de sódio 0,5 M (pH 5,0), utilizada como substrato. O açúcar redutor liberado foi quantificado pelo método do ácido 3,5-dinitrossalicílico (DNS). Uma unidade de atividade enzimática (1 U) foi definida como a quantidade de enzima necessária para liberar 1 μmol de xilose por minuto de reação e expressa em U/g de substrato da FES. Os resultados obtidos foram significativamente diferentes para os grupos A. niger sem sais (202,71 ± 14,92 U/g) e A. niger com sais (150,86 ± 13,01 U/g) (p&lt;0,05). Os grupos Rhizopus oligosporus e Rhizopus oryzae não apresentaram diferença significativa entre si, com valores de atividade de 32,44 ± 0,90 U/g a 33,87 ± 2,19 U/g respectivamente. A partir dos resultados conclui-se que o fungo com maior potencial de produção de xilanase é o A. niger. Constatou-se ainda que para a produção enzimática em questão não há a necessidade de complementar o meio de fermentação com sais, o que contribui para diminuir os custos e viabilidade do processo fermentativo.

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